Contos de Terror - O Papai e O Pesadelo

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    (O Papai)

    "Pai", disse o menino, apontando um dedo.  Há um homem morto sob seus pés.

     O pai deu um pulo de horror.  Não havia nada embaixo, apenas sujeira e grama.

     "Não brinque assim, pequenino", seu pai o repreendeu.  Mas o menino continuou apontando para o chão, tremendo, quase a ponto de chorar.  Fala sério?

     O menino acenou com a cabeça e saiu correndo.

     O pai foi buscar uma pá e cavou.  Ele encontrou o corpo.  Mas como o menino sabia?

     Dias depois, o pai voltou de um dia agitado no trabalho.  Ele abriu a porta de sua casa e encontrou seu filho no corredor.  O menino gritou de horror.

     "Meu amor, o que você tem?"

     "Pai, sua cabeça!"  O menino apontou para sua cabeça, horrorizado.

     O pai afagou sua cabeça.  Tudo estava em ordem.

     "O que há de errado com a minha cabeça?"

     "Você não tem cabeça."

    ****

    (O Pesadelo)

     Seu filho estava deitado entre mortalhas brancas. Sua aparência era a de alguém que morreu recentemente. Magro, com olhos fundos e pele machucada. Seu rosto estava manchado de sangue.
     
     - Nããão! A mulher gritou de angústia.

     O menino abriu os olhos. A dor se refletia em suas pupilas negras. Ele estava vivo!

     - Mãe! Ele gritou.

     - Filho! Já vou!
     - Mãe!

     As mortalhas começaram a tremer. Primeiro como se o vento os movesse, depois como se tivessem vida própria. Eles tinham vida própria! Lentamente, eles começaram a envolver a criança, para aprisioná-la. A mulher correu gritando, chorando desconsolada e apavorada, mas seu filho ainda estava a uma distância intransponível.

     - Mãe! Ele gritou novamente. As mortalhas estavam quase terminando de embrulhar tudo. Ele sabia que, quando terminassem, seria o fim. Mãe!

     Mortalhas o envolveram e o rosto magro de seu filho desapareceu. A mulher, então, começou a chorar e gritar.

     Ele acordou gritando e chorando. Um pesadelo! Ele continuou chorando de alívio. A porta do quarto estava aberta. Uma pequena figura apareceu no vão. Ela não conseguia distinguir suas feições na escuridão, mas sabia que era seu filho.

     - Mãe - Disse a sombra, como se para confirmar.

     - Filho! -  A voz da mulher estava embargada pelo terror experimentado no pesadelo e pelo alívio.

     - Mãe.

     - Estou indo, baby - A mulher se levantou. Seu filho olhou para ela.

     Do outro lado da cama, o marido, que acabara de acordar, apoiava-se nos cotovelos.

     -O quê você está fazendo querida? -Ele perguntou.

     - Meu filho precisa de mim. - Está na porta, não está vendo?

     Seu marido olhou para ela com preocupação e disse:

     - Querida, enterramos nosso filho três dias atrás.

     A mulher se lembrou de tudo de uma vez. No entanto, a pequena sombra ainda estava lá.

     E ele olhou para ela.
    Tio Lu
    Tio Lu Os meus olhos contemplaram fatos sobrenaturais e paranormais que fariam qualquer valentão se arrepiar. Eu não sou apenas um investigador, tampouco um curioso, sou uma testemunha viva de que o mundo sobrenatural é mais real do que se pensa.

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