Conto de Terror: Escuro
Ela virou a cabeça para a esquerda e olhou para trás. Estava escuro. Ela não podia vê-lo, mas sabia que ele estava lá. Com o rosto para frente, ela começou a andar um pouco mais rápido. Seus passos leves nos paralelepípedos. Ela queria correr. Talvez até gritar. Ela sabia que não havia como fugir dele, e gritar parecia patético na melhor das hipóteses, já que ela estava longe da cidade e não tinha uma casa à vista. Oh, por que ela tomou esse caminho para casa? Havia outras rotas mais seguras, caminhos bem iluminados para casa, mas às vezes ela era tola.
Ele sorriu para sua óbvia tentativa de evitá-lo. Ele não estava nem um pouco preocupado com ela se afastando dele. Mais rápido, mais forte e mais faminto do que nunca. Sua longa capa preta esvoaçava ao seu redor quando ele também começou a andar um pouco mais rápido. Ele não precisava correr. Ela estava a poucos metros à frente. Se ele tentasse muito, ele poderia alcançá-la, mas ele gostava de jogar este jogo. Deixe-a pensar que tem tempo, pensou. Deixe-a acreditar que pode fugir !
Isso é tudo o que ela queria fazer era fugir! Mas ela sabia que ele estava se aproximando dela. Ela sabia que ele iria devorá-la. Ela sabia que seu fim estava próximo. Enfrentar a mortalidade fez sua decisão por ela. Ela parou, virou-se e enfrentou seus medos.
Não, ele gritou dentro de sua cabeça. Não pare. Eu quero jogar. Isso era muito fácil.
Ela agora podia distinguir suas feições.
Em circunstâncias normais, ela o teria achado mais do que agradável aos olhos. Não eram tempos comuns. Este não era um homem comum. Ela sabia o que ele era. Ela sabia o que ele queria.
"Oh meu animal de estimação, por que você parou?"
Sua voz era estranhamente calmante, reconfortante. Que absurdo ela pensou. Estou ficando louco! Este homem, se posso chamá-lo assim, quer me devorar! Literalmente!
Ele deu um passo à frente. Ela se manteve firme. O fez olhar nos olhos dela. Se estou prestes a morrer, quero que esse filho da puta me olhe nos olhos quando me matar! Eu não estou com medo.
"Eu não tenho medo. Faça o seu pior."
Surpreso, ele tentou encará-la. Ele queria que ela implorasse por sua vida, prometesse todos os tipos de coisas que ela não poderia dar a ele. Ele queria que ela gritasse por socorro, chorasse, algo além de olhar para ele com olhos tão frios quanto os seus.
"Então Fera! O que você está esperando?"
"Eu poderia quebrar você tão facilmente quanto quebraria um galho. Por que você não está correndo?"
"Eu terminei de correr."
"Ah o cordeiro quer ser abatido."
O resto aconteceu tão rápido que ela não teve tempo de reagir. Seu único ato de defesa foi cruzar os braços na frente dela. Algum último esforço para se proteger dessa criatura.
Ele estava sobre ela indo para sua garganta. Agora mordendo... flash de luz, sons silenciados no início, então ela lentamente, o coração batendo forte, acordando!
"Oh meu Deus," ela gemeu. Tinha sido apenas um sonho. Um pesadelo sim!
Ela saiu da cama, aliviada e rindo. Era um sonho que ela continuava pensando enquanto se dirigia ao banheiro. Sorrindo de orelha a orelha, ela olhou para si mesma. Lá, na lateral de seu pescoço, havia dois orifícios muito distintos e ao redor deles e abaixo de seu pescoço estavam os restos de sangue seco.
"Que diabos...."
Postar um comentário em "Conto de Terror: Escuro"
Postar um comentário