O longo caminho para casa - Contos de Terror
Um conto distorcido (Parte 1)
Correndo rápido, correndo longe. Não olhando para trás, apenas correndo. Correndo pela minha vida. A sensação de queimação no meu peito. Arde para respirar. Não consigo parar. Eu ouço os passos atrás de mim. Meus olhos queimam de lágrimas e suor. Minha visão está ficando embaçada. Árvores borradas enquanto eu corro. Quase parece irreal. A dor nas pernas e no peito me traz de volta à realidade. Isso é real. Os passos atrás de mim estão mais distantes do que antes. "Continue correndo" digo a mim mesma. "Não olhe para trás, apenas corra".
Galhos chicoteiam meus braços quando começo a correr por uma parte densa da floresta. Arranhões e pequenos cortes estão por todos os meus braços, mas de alguma forma eu não sinto a dor. Minha mente está focada na dor no meu peito. Há quanto tempo estou correndo? Uma vida inteira parece. Minha mente está tentando descobrir o que diabos acabou de acontecer. O que ou quem era isso? Enquanto tento descobrir o que aconteceu, começo a perceber que não estou mais sendo perseguido. Devo desacelerar? Devo olhar para trás? Não, continue correndo, continue correndo.
Pelo que parecem horas se passando, decido diminuir um pouco a minha corrida. Muito difícil respirar agora. Dor intensa no meu peito. Meus pulmões parecem que estão prestes a explodir. Minhas pernas parecem que estão prestes a ceder. Tentando se manter em movimento, mas não vai ajudar. Meu corpo está feito por enquanto. Eu tropeço e caio com força no chão. Meu joelho bate em uma pedra e minhas mãos pegam galhos e galhos na descida. Meu rosto bate no chão causando um pequeno corte no meu queixo. Não doeu muito. Pelo menos não por enquanto meu corpo está mais focado na dor no meu peito. Eu tenho que desacelerar minha respiração. Eu tenho que me agarrar à realidade antes que eu perca todo o controle das minhas emoções.
Imagens de uma massa escura. Algo. Eu não sei o que era. Mas foi enorme e rápido. Parecia vir do nada. Perdi os outros. Eles conseguiram? Ah não Myra. Essa coisa matou Myra. Isso a matou brutalmente. Como algo pode matá-la assim? Rasgou completamente sua garganta e a partiu ao meio. Ele a jogou de lado como se ela fosse uma boneca de pano. Sangue e tripas por toda parte. Charlie, isso o pegou também? Não sei. Ele pulou para ele, mas foi quando todos estavam gritando e tentando fugir. O instinto assumiu e eu corri. Entrei em pânico e corri. Não sei se sou covarde por não ajudar Cristal quando ela tropeçou e caiu. Aquela coisa estava muito perto de nós. Eu tive que correr. Quanto a Erica, bem, ela correu em outra direção. Não tenho certeza se ela está viva. Eu fui egoísta por apenas correr? Não, não seja estúpido. Estou vivo porque corri. Eu não sabia o que estava enfrentando. Eu teria sido estúpido em ficar e lidar com isso, seja lá o que fosse.
Sentando-me lentamente, posso sentir minha respiração desacelerando. A dor ainda está no meu peito. As pernas doem de tanto correr. Estou vivo... mas por quanto tempo? Olho ao redor da densa floresta examinando cuidadosamente a área. Eu me recosto em uma grande árvore silenciosamente. Não quero fazer muito barulho só para o caso de aquela coisa ainda estar por aí procurando por mim. "Vamos, Mel pense." Digo baixinho para mim mesma. Eu tenho que sobreviver de alguma forma. Eu tenho que sair daqui. Enfio as mãos nos bolsos para ver o que tenho que pode ser útil. Uma faca... um canivete. Ótimo, será de grande ajuda quando aquela porra enorme voltar. "Idiota" murmuro para mim mesma. Ainda pode ser útil. Eu alcanço meu bolso de trás, vazio. "Merda" Meu telefone deve ter caído durante o caos. Não que fosse bom de qualquer maneira. Sem sinal aqui. Pensando no outro dia na loja. "Isso é demais para um telefone via satélite. Não é como se algo ruim fosse acontecer lá fora." Eu rio enquanto digo a Cristal. Que completo idiota. É melhor ter e não precisar, do que precisar e não ter. Sempre dizem isso nos filmes.
Respiro fundo e solto. Começando a se sentir um pouco calmo agora. Eu preciso ser. Minha vida depende disso. Eu pego meu elástico de cabelo do meu pulso e amarro meu cabelo emaranhado em um coque. Um galho se quebra não muito longe atrás de mim. Eu congelo e instantaneamente prendo a respiração. Meus olhos se arregalam. Eu me esforço para ouvir. Estou completamente imóvel. Concentro-me em ouvir ao meu redor. Eu ouço outro galho estalar. Está mais perto agora. Eu posso sentir meu coração batendo forte. SNAP... está atrás da árvore contra a qual estou apoiado. Ouço as folhas no chão se mexendo um pouco.
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