Mistério Revelado: Passagem Secreta para o Submundo Sob a Pirâmide da Lua em Teotihuacán

O suposto "túnel para o Submundo".

Uma passagem secreta para o Submundo estaria escondida sob a Pirâmide da Lua em Teotihuacan. Mistérios ancestrais revelados.

O mistério em torno da antiga cidade de Teotihuacán, no México, continua a se desenrolar depois que arqueólogos encontraram um túnel escondido sob a Pirâmide da Lua que eles acreditam ter sido construído para representar a "passagem para o submundo".

Há mais de 2000 anos, em 300 a.C., os povos mesoamericanos começaram a desenvolver assentamentos maiores e construíram esta grande cidade que já foi lar de mais de 125.000 habitantes, tornando-se a sexta maior cidade do mundo na época.

"Era a maior cidade do Hemisfério Ocidental antes dos anos 1400", disse o arqueólogo da Universidade Estadual do Arizona Robert Cowgill à National Geographic. "Tinha milhares de complexos residenciais e dezenas de templos piramiptários comparáveis às maiores pirâmides do Egito."

Na verdade, ao longo da famosa Avenida dos Mortos está a Pirâmide do Sol, que é a maior estrutura em Teotihuacan e a Pirâmide da Lua, a segunda maior localizada no final da estrada.

Não sabemos quem construiu a cidade. A cidade antecede a cultura asteca por 1.000 anos, mas há evidências de que muitos povos diferentes, incluindo os maias, viviam na cidade e influenciavam a arquitetura que a tornou famosa em todo o mundo e agora abriga milhões de turistas a cada ano.

Até o verdadeiro nome da cidade é desconhecido, pois foram os astecas que lhe deram o nome que conhecemos hoje que significa "berço dos deuses", enquanto textos hieróglifos maias o identificam como puh, que significa "lugar das palhetas".

Quando os astecas se mudaram, a cidade já havia sido abandonada e estava em ruínas, e arqueólogos têm investigado a queda de Teotihuacan por décadas, oferecendo várias teorias.

Alguns dizem que a cidade foi invadida e saqueada por um inimigo estrangeiro. Mas há evidências de que uma revolta interna causada por um desastre ecológico resultou em um declínio populacional e uma derrubada da classe dominante.

Como muitas estruturas mostraram evidências de queimaduras, os pesquisadores concluíram compreensivelmente que uma civilização rival atacou a cidade. O problema é que apenas estruturas pertencentes à classe dominante foram queimadas, indicando uma revolta interna. Mas por que a população se levantou contra a classe dominante?

Acontece que uma fome durante as grandes secas causadas pelas mudanças climáticas em 535-536 d.D. pode ter sido a causa. A cidade dependia esmagadoramente da agricultura para a alimentação, cultivando tudo desde tomates, milho, feijão, abóboras e muito mais, mas uma vez que as secas começaram, o suprimento de alimentos começou a diminuir e não havia comida suficiente para a grande população. Uma das razões para essa mudança climática repentina pode ter sido a erupção do vulcão Ilopango de El Salvador em 535 a.C. Afinal, o vulcão causou a destruição ou o abandono de várias cidades maias, por que não Teotihuacan?

Só porque não sabemos exatamente quem construiu a cidade ou por que ela foi abandonada, não significa que não aprendemos muito sobre Teotihuacan e as pessoas que viviam aqui.

Arqueólogos escavam o local há décadas e encontraram murais, máscaras de pedra, estátuas, estatuetas e evidências de sacrifício humano e animal.

Grande parte dessa evidência de sacrifício humano e animal foi encontrada na Pirâmide da Lua, construída entre 100 e 450 a.C. no final da Avenida dos Mortos. Conectada à rua há uma escadaria que leva a um estágio onde esses rituais foram realizados. O local da pirâmide também serve como um cemitério para os sacrificados e há um altar dedicado à Grande Deusa de Teotihuacan.

Túnel para o Submundo

Em uma escavação recente, arqueólogos fizeram uma descoberta emocionante quando descobriram um túnel sob a pirâmide que eles acreditam servir como uma passagem metafórica para o submundo, o que faz sentido desde que os humanos foram sacrificados no local.

"Nas explorações realizadas no final da década de 1980, através de túneis escavados no corpo da pirâmide, os arqueólogos Rubén Cabrera e Saburo Sugiyama encontraram esqueletos de indivíduos com deformação craniana, como na área maia, e vários objetos de pedra verde, por isso não é difícil pensar que algo semelhante pode ser encontrado no subsolo", Verónica Ortega, do Instituto Nacional de Antropologia e História do México, disse à IFLScience.

"O túnel está localizado ao sul da Plaza de la Luna", continuou Ortega. "Mas é provável que haja outra entrada no lado leste, por isso é fundamental ter um raio-X completo para saber onde está sua entrada."

Na verdade, a razão pela qual a equipe encontrou o túnel em primeiro lugar é que eles usaram uma técnica de imagem chamada tomografia de resistividade elétrica para mapear estruturas abaixo da superfície.

A tecnologia tem sido mais crucial do que nunca em escavações arqueológicas. A nova tecnologia de imagens de satélite, por exemplo, ajudou os pesquisadores a identificar milhares de estruturas maias e locais potenciais previamente conhecidos.

"Essas grandes oferendas complexas constituem o núcleo sagrado da cidade de Teotihuacan, então todos a consideravam a meca da civilização, portanto, o que pode ser encontrado dentro pode ajudar a desvendar as relações que esta antiga metrópole com outras regiões da Mesoamérica", concluiu Ortega. "A descoberta confirma que os habitantes de Teotihuacan seguiram o mesmo padrão em seus templos de grande escala e que sua função era imitar o submundo."

É, sem dúvida, um desenvolvimento interessante que nos faz ansiar por mais conhecimento sobre esta antiga civilização e sua grande cidade. E talvez os arqueólogos encontrem mais à medida que novas tecnologias forem aplicadas ao local. Talvez um dia aprendamos o verdadeiro nome da cidade e descubramos quem a construiu. Por enquanto, teremos que nos contentar com um túnel assustador que definitivamente não queremos entrar à noite.

Publicado originalmente por The Ancient Code – Autor: Janice Friedman, Tradução: Gustavo José