Acredita-se que existam pelo menos 10 mil estruturas pré-colombianas na floresta amazônica que ainda não foram descobertas
Usando simulações computacionais, os cientistas estimaram recentemente que existem atualmente cerca de 10.000 estruturas pré-colombianas na floresta amazônica. No entanto, até o momento, apenas cerca de mil dessas estruturas foram encontradas.
Ainda há muitos objetos desconhecidos na floresta amazônica
As principais zonas culturais da América pré-colombiana (1300-1700 a.C.) incluem a Amazônia, que cobre uma área de pelo menos 5.500.000 km². Esta área, em grande parte coberta por florestas, foi o lar de muitos povos indígenas da época. No entanto, um novo estudo publicado na revista Science em 5 de outubro de 2023 aponta para uma série de assentamentos antigos que ainda não foram descobertos. De acordo com centenas de cientistas que participaram do estudo, mais de vinte novos objetos foram descobertos. Uma característica desses objetos é a formação de geoglifos redondos e retangulares, locais de culto e assentamentos usando uma grande quantidade de terra. Para os autores do estudo, não há dúvida de que um grande número de objetos foram preservados na floresta que ainda permanecem desconhecidos.
Os pesquisadores usaram simulações computacionais, em particular o método Light Detection And Ranging (LIDAR), para analisar terraplanagens já registradas e estimar sua distribuição na floresta amazônica. Vários fatores foram levados em conta na avaliação, incluindo tipo de solo, altitude e distância do oceano. Embora apenas 1.000 objetos tenham sido descobertos desde as primeiras escavações, os cientistas envolvidos no estudo estimam que ainda existam cerca de 10.000 objetos na floresta, talvez até o dobro.
Qual a importância desse trabalho?
"Achávamos que a região maia era muito bem estudada, mas quando começamos a fazer um trabalho baseado no LIDAR lá, houve muitas surpresas [...] acho que haverá ainda mais surpresas na Amazônia", disse Takeshi Inomata, arqueólogo da Universidade Estadual do Arizona que participou do estudo, em artigo publicado na Scientific American.
Segundo os pesquisadores, a importância desse trabalho não está no número exato de objetos ainda a serem descobertos, mas na escala da presença humana no coração da floresta amazônica. Em particular, este estudo sugere que a Amazônia é uma região "biocultural" caracterizada pela interação do homem e da natureza, e não uma região "natural" criada exclusivamente por animais e plantas. Assim, este trabalho sustenta a teoria de que a Amazônia, que ocupa grande parte do continente sul-americano, era densamente povoada antes mesmo da chegada dos primeiros colonizadores europeus.
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