Dois mamíferos jurássicos revelam os segredos da evolução do nosso ouvido
Recentemente, duas novas espécies de mamíferos primitivos do Jurássico foram descobertas. Eles lançam uma luz incrível sobre a origem e evolução de nossos sistemas auditivos. Essas descobertas foram objeto de duas publicações separadas que abrem uma janela para o passado distante de nossa própria história biológica.
Dois novos mamíferos primitivos
Na era dos dinossauros, os mamíferos já existiam na Terra, embora não estivessem nem perto da diversidade e complexidade que vemos hoje. Seus corpos eram muitas vezes pequenos e adaptados à vida discreta. Eles também ocupavam nichos ecológicos noturnos ou subterrâneos para evitar a competição com répteis dominantes, e geralmente se alimentavam de insetos, pequenos répteis ou plantas.
Recentemente, paleontólogos descobriram duas novas espécies desses mamíferos jurássicos. Estes dois espécimes, que lembram doninhas modernas, são notavelmente bem preservados. Uma das novas espécies, chamada Feredocodon chowi, pertence a um tipo de mamífero antigo conhecido como shuoteriidae. Foi descoberto em um dos sítios fósseis do Jurássico Médio na Mongólia. Outra espécie, Dianoconodon youngi, é mais estreitamente relacionada a um filo de mamíferos antigos chamado morganukodon e foi encontrada na biota Lufeng do Jurássico Inferior da China.
Lançando Luz sobre a Evolução do Sistema Auditivo
O ponto-chave é que as duas espécies têm características distintas na mandíbula e no ouvido, sugerindo etapas intermediárias cruciais na evolução da audição em mamíferos. Seus restos fósseis sugerem que a articulação da mandíbula evoluiu gradualmente em direção à especialização para a audição, marcando um momento de transição na história evolutiva dos ouvidos de mamíferos.
Mais especificamente, o exame dos espécimes mostra que ambas as espécies apresentaram orelhas médias mandibulares (MdMEs), indicando uma evolução para uma função auditiva mais especializada. Em Dianoconodon youngi, as articulações da mandíbula parecem ter perdido sua capacidade de suporte de carga, enquanto sua orelha interna mandibular parece estar mais bem adaptada à audição. Da mesma forma, os ossos do espécime Feredocodon chowi parecem ser ainda mais especializados para a audição.
Essas descobertas são cruciais para nossa compreensão da evolução das orelhas de mamíferos, pois nos dão uma melhor compreensão de como nossas próprias orelhas evoluíram ao longo do tempo. Ao estudar os estágios de transição na história evolutiva, os paleontólogos podem reconstruir o complexo processo de adaptação que levou aos sistemas auditivos avançados que vemos nos animais modernos.
Um dos mamíferos antigos. Fósseis foram descobertos na Mongólia e na China.
Revisão genealógica
A descoberta do fóssil Feredocodon chowi também marca outro avanço significativo em nossa compreensão da evolução dos primeiros mamíferos. Até agora, os cientistas acreditavam que os Shuwateriidae, a família de mamíferos antigos à qual o fóssil pertence, estavam intimamente relacionados com os mamíferos modernos. No entanto, o estudo do novo fóssil virou essa suposição de cabeça para baixo.
Seus dentes têm uma semelhança impressionante com os de outros membros da antiga família animal, os docodontanos. Esta semelhança sugere que os shuwateriídeos podem estar mais relacionados aos docodontes do que aos mamíferos modernos. Uma revisão das relações filogenéticas dos shuwateriídeos abre novas perspectivas para a evolução dos mamíferos.
Ao entender melhor as relações evolutivas entre os shuwaterids e outros grupos de animais antigos, podemos obter informações valiosas sobre como os mamíferos evoluíram ao longo do tempo. Essa descoberta também nos ajudará a entender como os mamíferos se adaptaram a diferentes condições ambientais e dietas ao longo da história da Terra.
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